Você sabe como o calcário funciona?
A calagem é uma prática agrícola muito comum. Seu principal objetivo é reduzir o pH do solo e disponibilizar Ca e Mg. Nos moramos em um país tropical, quente e úmido. Estas condições climáticas favoreceram ao longo dos anos os processos de formação do solo. Nossos solos são considerados mais velhos que aqueles de países de zona temperada. E o que isso significa? Que nos nossos solos predominam argilas mais resistentes, que conhecemos como óxidos de ferros e a maior parte de nutrientes já foi lixiviada.
Solos com estas argilas normalmente são solos ácidos e com baixa CTC. Um exemplo são os solos do Cerrado. E foi a calagem que permitiu cultivar estes solos. Quando adicionamos o calcário no solo, é necessário que chova. A água da chuva permite que o calcário reaja no solo, liberando Ca, Mg e neutralizando a acidez. Desta forma os solos que antes eram improdutivos se tornaram aqueles com os maiores índices de produtividade do país.
Toda a prática da calagem deve ser realizada verificando a distribuição das chuvas, mas o solo também deve ser conhecido. A amostragem setorizada pode indicar quais locais onde a prática é mais ou menos necessária. Pode indicar qual o maior desafio nutricional a planta vai enfrentar, qual a disponibilidade de água que já existe no solo, entre outros pontos que tornam a escolha do tipo de calcário e a dose seja ainda mais assertiva.
Conhecer a tipologia de argila é outro fator determinante. As argilas que denominamos anteriormente como óxidos de ferro, são argilas de baixa CTC e disponibilidade de nutrientes. Os mapas destas argilas permitem aprofundar o nível de assertividade do tipo e dose de calcário. As argilas ditam toda as reações físico-químicas do solo, conhecê-las faz toda diferença. Ainda são poucos os produtores que usam este artificio, pois mapear as argilas era extremamente oneroso. Mas hoje existem tecnologias como as utilizadas pela Quanticum que tornam isso possível.
O uso dos calcários ainda podem ser associados a outros insumos agrícolas, para potencialização de sua eficiência. Hoje o uso de resíduos na agricultura tem se tornado comum. Todavia deve-se atentar para as reais necessidades do solo e da cultivar. A amostragem estratificada e os mapas de tipologia de argilas são adventos que tornam a associação destes insumos viável.