Variação na produtividade e mudança climática
Setembro é um mês conhecido por sua instabilidade climática. Foram poucas chuvas na região central do país, e mais abundância nos extremos norte, leste e sul. A temperatura também foi mais alta. Neste cenário a produção de forragens fica prejudicada. Maior parte da variação na produtividade é em função do padrão climático. O crescimento das pastagens é previsto pelas condições de temperatura e umidade do solo, que estão relacionadas a distribuição das chuvas.
E como minimizar estes efeitos? Conhecer a espécie, as condições climáticas locais, garantir boa nutrição vegetal são apenas alguns dos pontos necessários. Porém para fazer a diferença é necessário conhecer o solo como um todo. A amostragem estratificada e o mapeamento detalhado dos atributos do solo permitem que as recomendações de calagem e adubação sejam mais assertivas. Estes aspectos por si só já garantem melhores condições de desenvolvimento da espécie. Quando os fatores adversos chegam, a capacidade de sobreviver a estes será maior.
Manejar as pastagens conforme o tipo de argila predominante, pode ser outro aliado. As argilas controlam a dinâmica físico-química do solo. Disponibilidade de nutriente, capacidade de retenção destes, melhores condições de estabilidade de agregados, porosidade, maior infiltração de água, as algumas das propriedades ditadas pelas argilas. Os mapas de tipologia podem auxiliar na escolha das forragens mais adequadas para a região atendendo a necessidade de cada espécie.
As argilas podem ditar quanto de água ficara no solo em possíveis eventos de seca, ou qual será a temperatura média da cobertura do solo. Características que podem fazer a diferença na produtividade das forragens. Com base nestes mapas também é possível determinar a capacidade de suporte das áreas, a necessidade de piquetes sistema de rotações, entre outras práticas que contribuem para aumento da produtividade da cultura e conservação do solo.
Estes mapas podem ter ainda outra finalidade. Servir de base para adoção de fontes alternativas de insumos. Os fertilizantes convencionais apresentam cada vez mais instabilidade nos preços. Importação, aumento do dólar, pandemia, conflitos são alguns fatores que contribuem para esta instabilidade. E o uso de fontes alternativas tem ganhado espaço na agropecuária brasileira. Todavia para adoção correta destes, deve-se conhecer com riqueza as características do solo.
Estes insumos vão além de disponibilizar nutrientes as plantas, eles podem favorecer a alteração das funções ecossistêmicas do solo. Aumento da CTC, do pH, maior atividade biológica, melhora da estabilidade de agregados podem ser possíveis quando estes insumos são utilizados corretamente.